Seguindo com as postagens dos Yamas e Nyamas, os membros do Yoga que servem como conselhos éticos para uma vida com mais harmonia, hoje vou falar um pouco sobre Satya.
Satya é o segundo Yama e representa a verdade. Será que agimos de acordo com nossas verdades? Conseguimos nos comunicar de acordo com nossas verdades?
De acordo com Patanjali, Satya significa: evitar rigorosamente todos os exageros, equívocos, fingimento e faltas semelhantes, implícitos no dizer ou fazer coisas que não estão de acordo com o que se conhece por verdade.
Satya, assim como Ahimsa, começa de dentro de nós mesmos. Atitudes que tomamos com nós mesmos são refletidas no externo com os outros, portanto, para praticar Satya iniciamos cultivando, acima de tudo, honestidade de pensamentos.
Isso ressoa em nós a partir do momento em que honramos a nossa verdade e somos sinceros com nós mesmos. Deixamos cair máscaras que geram ilusões, mentiras, que utilizamos para agradar aos outros em busca de uma aceitação externa que não conseguimos preencher no interno. Ao não nos aceitarmos quem somos e como agimos, mentimos para nós mesmos criando imagens projetadas pelo ego.
Para aquele que procura vivenciar Satya, meditar em torno de um comportamento coerente com a própria natureza possibilita um passo inicial nessa jornada da honestidade. Satya requer o olhar para dentro de si, observando até que ponto a imagem que os outros possuem de você te afetam negativa ou positivamente. É possível não se identificar aos papéis e deixar de criar expectativas sobre nós mesmos. Satya busca quebrar o condicionamento que temos de depender da aceitação, afeto e do reconhecimento dos outros. A partir do momento em que somos sinceros com nós mesmos e sabemos o que é verdadeiro para nós e em nós, nos preenchemos e conseguimos vivenciar relações mais honestas, principalmente porque desenvolvemos uma relação mais honesta conosco.
A meu ver, a verdade é a vontade insaciável de inspirar tudo aquilo que te renova, preenchendo os pulmões da alma plenamente. A verdade é a compreensão a cada batalha interna travada entre espírito e ego, libertando a nós mesmos de expectativas e julgamentos, compreendendo que a luz divina se manifesta como o maior dos aprendizados nas sombras mais obscuras. Nem sempre a verdade se manifesta, pois nem sempre me manifesto em divina essência. Porém, é a verdade da minha divina essência que ilumina sua manifestação, em meio às sombras. Reconheço com humildade quando falto com minha verdade, primeiramente perante a mim. A verdade é o som do coração que às vezes insistimos em não escutar. Basta sintonizar.
Inspire e expire calmamente com as mãos sobre o coração. Sinta sua verdade.