É bom poder falar sobre nossa grande professora e também mãe, pois é assim que a vejo. Embora eu tenha tido apenas duas experiências, digo que essas foram profundamente marcantes.
Da primeira vez que a encontrei, mergulhei no fundo de memórias das quais tinha para mim que não mais existiam, minha consciência havia colocado em um baú de difícil acesso, talvez porque era algo que eu não queria aceitar que fazia parte de mim, ou por simplesmente ter o medo de encarar a situação. A ayahuasca trouxe tudo à tona, me mostrou que a personificação que eu tinha sobre minha pessoa e meus medos era criação do ego, mostrou que para poder viver uma vida linda teria que aceitar e perdoar isso que fazia parte do meu ser, pois as coisas são como elas são, elas precisam acontecer na sua maneira.
Assim passei de observada para observadora. Consegui me perdoar e não me cobrar tanto, cada dia vejo a luta que tenho com o ego, e isso só foi possível depois da expansão magnífica que a nossa mãe nos traz.
Expansão tanta que ainda sinto como se ela permanecesse reverberando sobre os meus sentidos, a experiência é tão singular que consegui entender que faço parte de algo maior, por isso sigo procurando sempre enxergar além do que se vê, procurando sempre respeitar o próximo e zelar com cada ser vivo que cruza meu caminho. Consigo ver que sou parte do todo.
A ayahuasca foi como um divisor de águas em minha vida, trouxe clareza para meus pensamentos, paciência para com os meus atos e me deixou ainda mais fascinada pela natureza e pela lua.
Só tenho gratidão para com a mãezinha e também me sinto lisonjeada com os irmãozinhos que ela me deu.